8 Perguntas Frequentes sobre a Amamentação

A amamentação pode dar origem a um sem fim de dúvidas às quais nem sempre sabemos dar resposta. No entanto, é importante que, de uma forma ou de outra, tenhamos conhecimento desta forma de alimentação dos mais pequenos. Depende dela o seu completo desenvolvimento, e devemos fazer todo o possível para que seja a adequada.

Por este motivo, hoje respondemos a 8 perguntas que podem surgir à mãe de primeira viagem, e também ao pai, durante o período da amamentação. Não são as únicas, mas sim as mais frequentes entre mães e pais, por isso… é hora de aprender!

 

Que quantidade de leite deve consumir o meu bebé por dia?

Não existe uma norma sobre a quantidade de leite que um bebé deve beber diariamente. Cada menino e menina é diferente e, portanto, alguns pedem mais leite do que outros. Assim sendo, o ideal é que lhe ofereçamos o peito umas 4-5 vezes por dia, no mínimo, no decorrer do seu primeiro ano de vida.

Se o nosso bebé já está a fazer uma alimentação complementar, como por exemplo as papinhas ou o puré, é recomendado que se ofereça sempre o peito antes. Se depois da toma continuar a pedir comer, podemos recorrer a estas comidas.

 

É normal que com a amamentação não faça cocó?

Se o nosso bebé se alimenta exclusivamente de leite materno, é possível que não faça cocó todos os dias. Mas não devemos ficar preocupados! Isto não quer dizer que está com prisão de ventre. Para evitar que fique, é recomendado que lhe ofereça o peito quando o bebé o pedir e que lhe sejam feitas massagens frequentemente.

Para termos uma ideia, o numero de cocós de acordo com o tempo de vida do bebé é o seguinte: 1 dia: 1 cocó; 2-3 dias: 2-3 cocós; 4-5 dias: 4-5 cocós; 6-30 dias: 1 cocó por toma; 1-6 meses: não há estimativa, podem fazer um cocó diário ou um a cada 2 dias. 


Quanto deverá aumentar o peso do bebé com a amamentação?

Salvo casos excecionais, os bebés que se alimentam com leite materno crescem de forma correta e o seu peso é o adequado. No entanto, se tivermos dúvidas a respeito destas questões, podemos ter em conta uma serie de padrões de crescimento infantil que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem à disposição de todos:

É importante que tenhamos em conta que, a todo o momento, devemos avaliar o crescimento do bebé durante um determinado tempo, não num exato momento. O bebé perde 10% do seu peso ao nascer, mas depois ganha umas 150 gramas a cada semana durante os três primeiros meses.

Em qualquer dos casos, se acharmos que o nosso bebé não está a ganhar peso como devia, devemos falar com o nosso pediatra, que é quem deve realizar um controle do seu crescimento.

 

Posso fumar ou beber álcool durante o período de amamentação?

É um facto inegável que a nicotina do tabaco se transmite ao bebé através do leite materno. Esta pode fazer com que os bebés tenham problemas para dormir, por isso devemos evitar fumar sempre que possível. Para além disso, é possível que o tabaco provoque problemas na hora de produzir leite.

Outro facto, ainda mais alarmante, é que o fumo do tabaco pode fazer com que o bebé sofra infeções respiratórias, para além de poder ser vítima da Síndrome de morte súbita do lactente, que consiste na morte repentina de um bebé com menos de um ano de idade.

Quanto ao álcool, assim como ocorre com a nicotina, está confirmado que este passa para o leite da mãe, fazendo com que este adquira um odor forte. Isto pode fazer com que o bebé o rejeite. Assim sendo, é importante não beber álcool, pelo menos, durante os três primeiros meses. Depois destes meses, quantidades pequenas e esporádicas são toleráveis, como uma lata de cerveja ou um copo de vinho uma ou duas vezes por semana, procurando afasta-las das tomas. Nunca devemos consumir bebidas com grau elevado de álcool.

Contudo, se houver dúvidas sobre qual deve ser a nossa nutrição durante a amamentação, pode seguir os nossos conselhos clicando aqui.

 

Porque é que o meu bebé chora sem parar?

Si o nosso bebé chora de forma continua, e este choro é acompanhado de outros movimentos como o encolher das pernas, é muito provável que sofra das chamadas “cólicas do lactente”, das quais já falámos em outra ocasião. Estas cólicas são episódios de choro depois de cada toma, apesar de que os bebés serem completamente saudáveis.

 

Se regresso ao trabalho, como faço para manter a amamentação?

O aspeto mais importante da volta ao trabalho é o stress laboral. De forma nenhuma, devemos permitir que a nossa carreira laboral nos afete de forma exagerada, já que o stress pode causar uma redução da nossa produção de leite. Por isso, é essencial que descansemos sempre que seja possível e recorramos ao nosso ambiente para as tarefas diárias.

Para além da organização do dia a dia, é recomendado que não se alterem os horários de alimentação do bebé. Podemos recorrer para isso a uma redução de horário, mas se, apesar desta, não for possível dar a toma ao nosso bebé no momento em que ele precise, a melhor opção é utilizar uma bomba tira-leite e guardar o leite extraído para as tomas que o bebé necessitar enquanto a mãe está ausente. A melhor opção é extrair o leite semanas antes e congela-lo.

 

Como se conserva o leite materno que extraímos?

Para extrair o leite materno, podemos utilizar uma bomba tira-leite manual e usar bolsas de armazenamento. Depois, chega o momento de conservá-lo e, segundo o Comité de Amamentação Materna, temos várias opções:

Colostro

À temperatura ambiente (27-32ºC), podemos conserva-lo 12 horas.

Leite maduro

  • À temperatura ambiente: 24 horas (15ºC), 10 horas (19-22ºC), 4-6 horas (25ºC) ou 4 horas (30-38ºC)
  • Refrigerado (4-8ºC): 8 dias
  • Congelado: 2 semanas se o congelador está dentro do frigorifico, 3-4 meses se está no frigorífico, mas com portas separadas, e 6 meses ou mais se é um congelador separado.

Como nota, temos que ter em conta que o leite materno contém substâncias protetoras que fazem com que não se desenvolvam bactérias no mesmo. Quantas mais bactérias forem eliminadas, menor será a quantidade de defesas do leite.

 

Até quando devo dar peito ao meu bebé?

Como já temos comentado em algumas ocasiões, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até aos seis meses. Depois do primeiro ano, o ideal é que o bebé faça, no mínimo, quatro tomas por dia. A razão é que o leite materno é melhor que o de qualquer outro animal.

Quando chegar o momento de dizer adeus à amamentação, devemos ter cuidado. O processo deve fazer-se de forma progressiva, e nele entra em jogo o aleitamento misto.