Alergias Alimentares Mais Comuns

Segundo os especialistas, uma em cada três crianças sofre de alguma alergia e prevê-se que nos próximos 10 anos as alergias afetem mais de 50% dos europeus. No nosso país, um terço dos portugueses tem algum tipo de alergia.

Causas das alergias

As reações alérgicas infantis podem acontecer por vários métodos de transmissão. As mais comuns aparecem por contacto da pele com plantas, animais, pólen, látex… Também podem acontecer pela injeção de certas substâncias como a picada de uma abelha ou as injeções infantis.

A inalação é outro dos fatores de risco. Acontece através do pó, do bolor, do pelo de animal e pelo pólen, sobretudo na primavera. Por último, a ingestão de certos alimentos, que são as alergias que vamos falar, como o marisco ou os frutos ou a medicação.

Na maioria dos casos, são as proteínas que causam as alergias. Fazemos de seguida um resumo dos alimentos que são mais propícios a produzir alergias.

 

Alergias mais comuns

alergias alimentares em criançasProdutos lácteos e ovos

O leite e os seus derivados e o ovo são os principais fatores alergénicos, sobretudo nas crianças com menos de 5 anos. Normalmente, a alergia vai desaparecendo com a idade, pois o corpo começa a tolerar estes alimentos.

O que causa alergias no leite de vaca são as proteínas alfa S1-caseína e a beta-lactoglubina, que não se encontram no leite materno. Aparecem vómitos, diarreia, perdas de sangue por lesão da mucosa intestinal e anemia.

Peixe

A alergia ao peixe também é bastante comum nos primeiros anos das crianças. No entanto, esta alergia não costuma desaparecer com o tempo, mas mantêm-se durante toda la vida.

Glúten

Com a introdução de novos alimentos na alimentação do nosso bebé depois dos seis meses, os cereais ocupam um lugar de destaque na sua dieta. No entanto, pode ser que o nosso bebé padeça de intolerância ao glúten, a que normalmente se conhece como “celíaca”. Por isso, devemos introduzi-lo sempre de forma gradual.

Os sintomas principais desta intolerância nos bebés são, entre outros, problemas de crescimento, diarreias, vómitos ou peso abaixo do normal.

Nota! Há cereais que não contêm glúten. Estes são o milho, o arroz e o sorgo.

Outros alimentos a ter em contaalergia alimentar em bebés

Há alimentos que não provocam tantas alergias como os anteriores, mas, igualmente, devemos ter-lhos em conta, já que podem causar um problema para a saúde do nosso pequenito. Estes são algumas frutas (pera, banana, morango, pêssego, kiwi e maça), os frutos secos (avelã, nós, amendoins e castanha) e o camarão.

Sintomas

É muito importante ter em conta os sintomas para não continuar a alimentar os nossos filhos com estas comidas. As manifestações mais comuns dividem-se em cutâneas, respiratórias, digestivas e a reação anafilática.

Os principais sintomas cutâneos são a urticária aguda e a dermatite atópica. O primeiro implica o aparecimento de urticária, comichão e inchaço facial, dos lábios ou orelhas. A dermatite aparece sobretudo em peles sensíveis.

Por outro lado, os sintomas respiratórios baseiam-se na rinite aguda (espirros, comichão nasal e muita secreção nasal), a inflamação da laringe (comichão, tosse seca, afonia e pressão na garganta) e a inflamação bronquial que se manifesta com crises asmáticas.

Os sintomas digestivos são a dor abdominal, as náuseas, os vómitos e a diarreia.

Reação anafilática

A reação anafilática é a mais grave, já que estão envolvidos mais do que dois órgãos vitais e/ou afeta o sistema cardiovascular. Os alimentos são os principais causadores deste sintoma cuja grande perigosidade provém da possibilidade de provocar a morte.

Diagnóstico

Uma vez detetados os sintomas de uma possível alergia, existem dois métodos para a diagnosticá definitivamente.

O teste cutâneo ou prick, que funciona como método de eleição e realiza-se em qualquer idade. Tem um mecanismo muito simples que consiste em colocar uma gota da substância que suspeitamos que provoca alergia sobre a parte interior do antebraço e lancetá-la. Após 15 minutos, observa-se se se produziu uma reação cutânea ou pápula que indicará que há alergia.

A determinação da IgE (imunoglobulina) sérica específica ou RAST. Faz-se através de uma extração de sangue do bebé para comprovar a existência desta IgE específica contra esse alimento. Dependendo do nível da IgE observa-se se será positiva para diagnosticar a alergia ou não.

Tratamento

O único tratamento aceite até ao momento é a dieta de exclusão, ou seja, evitar o alimento que produz a alergia nas comidas do bebé. Normalmente, as alergias infantis costumam desaparecer com o tempo, ao contrário dos adultos, que é para a vida inteira, no entanto, também se podem manter. Por isso, tem que se fazer testes de alergias periodicamente.

É muito importante avisar as próprias crianças, a todos os familiares, professores e pessoas que estejam em contacto com a criança diariamente. Tendo todos estes conselhos em conta, podemos evitar que o nosso filho sofra todos estes sintomas que não são nada agradáveis e que, num bebé parecem ainda ser maiores.