Se já está na fase final da gravidez tem lógica que comece a ter algumas questões sobre o momento do parto e que queira conhecer todas as situações que possam ocorrer no tão esperado momento. A episiotomia é uma das práticas mais comuns nos partos.
O que é a Episiotomia?
A episiotomia é um pequeno corte, normalmente entre 1 e 3 cm que se realiza no períneo (espaço entre a vulva e o ânus) com o objetivo de evitar que os tecidos se rasguem durante o parto e facilitar a expulsão do bebé (amplia a abertura da vagina).
Como é que é feito?
Normalmente é feito pelo ginecologista ou parteira que assiste ao parto. Quando o bebé está pronto para sair, a pessoa que assiste o parto realiza o corte com tesoura ou um bisturi. Na maioria dos casos não dói já que, ou a grávida levou a epidural ou então é colocada uma anestesia local antes de proceder ao corte.
A episiotomia pode ser vertical (em direção ao ânus) ou lateral (desde a vulva a um dos lados do períneo). A episiotomia lateral é a mais comum já que evita que o rasgo possa chegar ao ânus e provoque lesões, ainda que a sua recuperação seja mais dolorosa e lenta que a vertical. O tipo de corte é determinado pelo profissional médico de acordo com cada caso e de como estiver a decorrer o parto.
Após se ter dado à luz e a placenta ter saído, o assistente do parto irá verificar como está o corte da episiotomia e irá proceder à sutura do mesmo. Alguns pontos usados na episiotomia são reabsorvidos, outros serão retirados dentro de aproximadamente 5-7 dias.
Quando é indicada?
Esta é uma questão controversa.
Os casos em que se reconhece ser necessária a episiotomia são:
– Sofrimento do feto ou risco de perda do bem-estar fetal.
– Partos distócicos ou complicados.
– Mulher com precedente de rasgo vaginal grave em partos anteriores
– Partos instrumentais. Com fórceps, ventosa ou espátula
– Possibilidade de um rasgo severo por falta de dilatação
Pode evitar-se ou reduzir a taxa de episiotomias?
Tanto da parte da grávida como da parte do pessoal de saúde podem-se realizar ações que ajudem a reduzir a probabilidade de se ter que realizar uma episiotomia.
Durante a gravidez é recomendável realizar massagens perineais que ajudam a fortalecer a musculatura do períneo. Normalmente nas aulas de preparação para o parto ou educação materna, a parteira pode indicar estes exercícios. Os exercícios de Kegel são os mais recomendados.
Também é recomendado realizar exercícios perineais durante a dilatação e parto.
Outra ação que ajuda a reduzir o risco de episiotomia é fazer força nos momentos corretos e também deixar de a fazer quando não for necessária.
Finalmente, a conscientização do pessoal de saúde e a experiência ajudam a tomar as medidas necessárias para reduzir esta prática.
Que consequências pode ter?
Como qualquer outra incisão, a episiotomia pode provocar:
- Risco de sangramento
- Hematomas (acumulação de sangue)
- Edemas (acumulação de fluidos)
- Problemas devido a falta de cuidados e higiene adequados
- Dores e desconforto durante a cicatrização
- Em alguns casos pode provocar dor durante as relações sexuais ainda que possa ser transitório na maioria dos casos.
O que podemos fazer para termos uma recuperação correta?
É importante observar diariamente com a ajuda de um espelho para avaliar o estado da cicatriz e descartar infeções. A cicatrização pode levar uns 10 a 15 dias.
O que pode fazer para minimizar risco de infeção e manter uma boa higiene é:
- Lavar a zona diariamente com água e gel ou sabão intimo. É importante lavar muito bem para não deixar restos de sabão e secar cuidadosamente sem esfregar a zona.
- Depois de ir urinar é importante limpar muito bem a zona com papel higiénico dando pancadinhas da frente para trás (da vagina para o ânus). Depois de obrar é recomendável lavar a zona para evitar infeções.
- É importante utilizar pensos higiénicos específicos para o pós-parto e mudá-los frequentemente para manter a zona seca. Não é recomendado usar tampões.
- Utilize roupa interior de algodão e evita a lycra, tangas ou cueca fio-dental.
- Quanto mais tempo poder manter a zona ao ar, melhor é para a cicatrização. Uma ótima altura é durante as tomas do bebé quando está recostada.
- Durante os primeiros dias pode aplicar gelo para baixar a inflamação. Use um saco ou uma toalha para evitar o contacto direto com a zona.
- Os insufláveis não são aconselhados, é melhor sentar-se sobre uma zona dura.